CRÍTICA/Salve Don Draper e companhia

 

Tinha decidido não cansar o leitor com mais um texto sobre “Mad men”, mas eis que as agências internacionais mandaram milhares de fotos inspiradoras de Jon Hamm (como esta aí embaixo), o Don Draper e ficou impossível não se deixar fisgar. É que, anteontem, a série da HBO levou alguns dos mais importantes troféus do The Critics’ Choice Television Awards — da Broadcast Television Critics Association. A premiação ainda almeja ganhar a importância do Emmy, mas não é bobagem.

“Mad men” venceu como melhor série dramática, ator (Hamm) e atriz coadjuvante (Christina Hendricks). Merecido. Trata-se de uma das melhores séries depois de “Sopranos”. Embora diferente do programa sobre mafiosos, atende ao mesmo público. É aquele tipo de narrativa que convida a uma viagem a uma realidade paralela, mas não tão distante assim. Pode ser a do seu vizinho, ou foi a de seus pais. Uma das suas qualidades é o ritmo meio paradão, que permite ao público mergulhar na história sem sobressaltos.

Outra feliz abordagem ali é a da questão da liberação da mulher. Christina Hendricks faz uma personagem que trabalha, mas sua função é agradar aos homens do escritório. Ela, como bom produto de uma sociedade machista, conhece “pequenos truques femininos”. E, passada da idade ideal de se casar para os padrões da época, acaba aceitando um noivo bem violento como única chance de chegar ao altar. Já Draper não consegue enxergar a própria esposa como uma igual, como ela desejaria. A relação entre os sexos é hierarquizada. A única mulher com franco acesso a este mundo masculino é Peggy Olson (Elisabeth Moss), mas ela é vista como um ser assexuado. Falando nela, o Critics’ Choice comeu uma mosca. A atriz também merecia um superprêmio.

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